2015.04.09
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O silêncio da força da natureza tem a sua arte e o seu encanto. Tudo é enleado, tudo é geometricamente observado. De nenhum arquitecto necessita. Que prodígio de paciência e arte de amor! Talvez seja a melhor linguagem de quem queira ser entendido sem se explicar. Este silêncio há quem o entenda e o consiga integrar na própria vida outros silêncios levarão uma vida sem o entendermos. E palavras não há que consigam explicar o quanto o silencio se adequa em determinados momentos da vida em que o importante não é vencer todos os dias mas lutar sempre. Nestes determinados momentos o silêncio é rei. Nestes determinados momentos temos que ser imensos para saber sermos sozinhos. E isto não é ser difícil é sermos selectivos nas opções que fazemos. O presente não é só viver com o que temos é muito mais que uma prova diária é muito mais que um sinal visto e pronunciado. Quantas frases, palavras, imagens, cravamos em nós, para que possamos continuar o caminho? Silêncios de ecos não pronunciados que se sentem de uma forma especial! A vontade que germina no silêncio do olhar é uma grande criança, com frenesins enormes, birras e barafundas ainda maiores… A saudade deste silêncio gela demasiado quando este silêncio chega a um fim. Pergunto-me muitas vezes: -haverá fins melhores que começos?
2015.03.19
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...quero recordar-te 
para sempre assim!
pequena indefesa,
segura em teus braços,
que não esquecem
o quanto me embalaram.
hoje, (re)vejo.te
envelhecido,
e num cansado rosto,
transparece
a beleza de continuar 
a agradecer 
o dom de amar a vida!
e nas noites imensas
com as feridas de ambos seguirás
e guardarás em ti
a doçura da seiva e de sangue
que se perdem em mim!