2016.08.10
_______________________________

















[Entrada em Viana do Castelo | Ponte Nova - 9 Agosto de 2016]

até quando?
esta assassina ação!
... que imagens são estas com que somos confrontados nos últimos dias.
um fogo que crepita bem perto e que devora outros fogos...
dor de angústia, gente que corre aos gritos, alucinadas
almas em desespero
casas queimadas, culturas dizimadas
enquanto as chamas apressadas chegam
e os homens da paz, apressados correm.
devastação total são as imagens que nos chegam de longe de perto
imagens apocalípticas,
até quando?
Até quando continuaremos a ser impotentes, perante a ação de alguns
causadores de tanto sofrimento.
Até quando?
2016.07.29
_______________________________




















“Como é maravilhoso que ninguém precise esperar um minuto sequer antes de começar a melhorar o mundo”. [Anne Frank ]

Hoje não poderia deixar de partilhar esta frase de Anne Frank, uma pre-adolescente judia de 13 anos que escreveu sobre o nazismo na Alemanha, quando ela e todos aqueles que muito amava foram obrigados a caminhar para Auschwitz, um campo de concentração e de extermínio. De todos os elementos da família só o pai foi o único sobrevivente. Talvez tenha ficado para poder guardar e mais tarde publicar um dos mais belos livros que li nos meus tempos da adolescência e que ainda hoje trago na memória: «O diário de Anne Frank” . Recomendo a sua leitura, a singeleza e a beleza das palavras de uma menina com um coração de guerreira, pautada por uma riquíssima vida interior. Relembro tudo isto, quando vejo nas redes sociais o chefe máximo da Igreja católica, de seu nome Francisco,  entrar em silêncio neste campo de concentração de Auschwitz, beijar um muro e um mastro onde muitos foram exterminados, acender uma vela branca e às escuras  permanecer sentado numa câmara de gás durante longos minutos em silencio, com um olhar que é amar.  Estou certa de que nos caminhos da morte com Francisco esteve presente a vida. Esteve também presente a vida de todos aqueles que ali viveram e que tiveram coragem de continuar a viver apesar da noite escura dos sentidos em que se encontravam. Homens e mulheres  que tiveram generosidade para conviver e uma enorme prudência para tentarem sobreviver até ao suspiro final. Era tão bom que todos e cada um de nós fizéssemos nosso este gesto, este silencioso grito de amor de Francisco para que na história atrocidades como estas fossem pautadas pelas palavras nunca mais! Apesar de tudo, ainda acredito na misericórdia de Deus.