2016.12.29
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Bom dia mundo! Eis o que me apraz dizer, ao vislumbrar a paisagem que os meus olhos permitem ver, ao abrir a janela do quarto por estes dias! Espaço de um tempo maravilhoso. Um tempo que só acaba quando a vida termina! Até lá existe possibilidade para tudo e muito mais. Assim o foi, assim o é. Em tempo de férias a máxima é: descansar uns dias longe de tudo. E que dias fantásticos de inverno. Reina a paz, a tranquilidade nas redondezas, por onde quer que possamos ir. Tempo fantástico para terminar uma série de trabalhos que tenho para entregar no âmbito do mestrado. Um excelente cartão-de-visita para fechar 2016! Ah, e o melhor? - "Sei que o melhor ainda está para vir " num ano novo prestes a chegar. Que venha 2017!
2016.12.16
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 22H11. Nesta hora as paredes recomendam silêncio e o tempo, como que interrompido, abraça-me e diz-me: Sou teu. Sento-me na secretária, tanto para ler, para estudar.  Antes de iniciar a leitura, percorro o pc e hoje não posso descansar os braços quando me perguntam: - O teu blogue parou? Respondo: - Calma amigos que qualquer dia nada terei mais para dizer ou a vontade será outra. Hoje ainda é tempo de rabiscar entendimentos. Tudo o que não é segredo carece de partilha!
Acabo de chegar a casa. Percorri caminhos cuja paisagem era rapidamente engolida pela escuridão da estrada, pela presença das luzes das viaturas. Uma noite. Eis-me a chegar a casa, recordo o dia que me surpreende. Repouso num agora no reconfortante lar que encontro já silenciado e que me convida a emudecer e a encontrar-me com as surpresas amigas que se fazem presente em e-mails. Não cruzo os braços e respondo.
Agradeço a música enviada. Fala do que vive um coração reluzente e intervalado. Instantes de realidades que explodem e estilhaçam-se ao acender da chama que vive em mim e também em vós de forma diferente. A música é chama que encadeia um coração que traz em si traços que datam tempos de uma porta aberta. Ganho tempo amando a noite, mesmo que o corpo padeça de cansaço pelos últimos tempos vividos.
Não arquitecto imagens e pensamentos quando o silêncio me bate à porta. Deixo-o entrar e permaneço nele. Quando acolho o silêncio colho em mim palavras eternas dum amor maior.
No coração vive-se a mais dura e bela batalha. Todos os golpes são permitidos para que em verdade o possa encontrar. E noite em que o vivo, sentada ao redor da paisagem de outros mundo(s) envolve-me a serenidade do seu mundo. 
Na medida que o tempo passa vou conhecendo melhor as lágrimas que alisam ombros de humanismo. Apercebo-me e faço presente em mim tempos vividos por poetas, compositores e místicos, quando se interrogavam apaixonadamente sobre o sentido do vivido e permitiam a abertura da janela do coração no qual lhes era revelado o fascinado segredo do amor. No e em silêncio vivem-se extraordinárias narrativas de vida! Só me apraz agradecer: Obrigada!
2016.09.16
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cruzei-me com esta imagem, pensei:
num hoje ando devagar porque já tive pressa....
hoje não tenho pressa, mas não perco tempo!

pois bem, no início de mais um ano lectivo a maior herança que podemos dar às nossas crianças é ajuda-las a crescer deixando-as usar e abusar de uma boa "dose de infantilidade". Não as empurremos para que cresçam. Que estas nunca deixem de sonhar. Não convivamos com o hábito de querer tudo para ontem. Tudo tem o seu tempo.
2016.08.23
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... agradeço as mensagens, telefonemas, a presença amiga sempre constante, as surpresas, e as gargalhadas de ontem na entrada dos 40... Obrigada por fazerem parte deste caminho em que a vida me /nos ensina a sermos quem queremos ser sem nunca nos esquecermos dos verdadeir@s amig@s. Nunca esquecerei de quem me torna mais forte! Obrigada, Continuemos a fazer festa... Porque eu, estou aqui!


2016.08.19
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«Apenas desejo a tranquilidade e o descanso, que são os bens que os mais poderosos reis da terra não podem conceder a quem os não pode tomar pelas suas próprias mãos.» [Descartes]



2016.08.10
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[Entrada em Viana do Castelo | Ponte Nova - 9 Agosto de 2016]

até quando?
esta assassina ação!
... que imagens são estas com que somos confrontados nos últimos dias.
um fogo que crepita bem perto e que devora outros fogos...
dor de angústia, gente que corre aos gritos, alucinadas
almas em desespero
casas queimadas, culturas dizimadas
enquanto as chamas apressadas chegam
e os homens da paz, apressados correm.
devastação total são as imagens que nos chegam de longe de perto
imagens apocalípticas,
até quando?
Até quando continuaremos a ser impotentes, perante a ação de alguns
causadores de tanto sofrimento.
Até quando?
2016.07.29
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“Como é maravilhoso que ninguém precise esperar um minuto sequer antes de começar a melhorar o mundo”. [Anne Frank ]

Hoje não poderia deixar de partilhar esta frase de Anne Frank, uma pre-adolescente judia de 13 anos que escreveu sobre o nazismo na Alemanha, quando ela e todos aqueles que muito amava foram obrigados a caminhar para Auschwitz, um campo de concentração e de extermínio. De todos os elementos da família só o pai foi o único sobrevivente. Talvez tenha ficado para poder guardar e mais tarde publicar um dos mais belos livros que li nos meus tempos da adolescência e que ainda hoje trago na memória: «O diário de Anne Frank” . Recomendo a sua leitura, a singeleza e a beleza das palavras de uma menina com um coração de guerreira, pautada por uma riquíssima vida interior. Relembro tudo isto, quando vejo nas redes sociais o chefe máximo da Igreja católica, de seu nome Francisco,  entrar em silêncio neste campo de concentração de Auschwitz, beijar um muro e um mastro onde muitos foram exterminados, acender uma vela branca e às escuras  permanecer sentado numa câmara de gás durante longos minutos em silencio, com um olhar que é amar.  Estou certa de que nos caminhos da morte com Francisco esteve presente a vida. Esteve também presente a vida de todos aqueles que ali viveram e que tiveram coragem de continuar a viver apesar da noite escura dos sentidos em que se encontravam. Homens e mulheres  que tiveram generosidade para conviver e uma enorme prudência para tentarem sobreviver até ao suspiro final. Era tão bom que todos e cada um de nós fizéssemos nosso este gesto, este silencioso grito de amor de Francisco para que na história atrocidades como estas fossem pautadas pelas palavras nunca mais! Apesar de tudo, ainda acredito na misericórdia de Deus. 
2016.07.28
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abraços…

dentro de braços
te abraço
onde o porto é seguro!
neles abraço o que me falta…
simplesmente abraço nada escuto,
nada falo.
apenas sinto.
tudo fica dissolvido dentro de um abraço!
e qual é o melhor abraço?
em teus braços!
2016.07.17
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«Há em mim um poço muito profundo. E nesse poço está Deus. Às vezes, consigo chegar a ele, mas o mais frequente é que as pedras e escombros obstruam o poço e Deus fique sepultado. Então, é necessário voltar a trazê-lo à luz.»[Etty Hillesum]

Etty Hillesum, uma jovem judia que muito admiro. Admiro-a pela forma de narrar a sua narrativa de vida, talvez uma das mais belas aventuras espirituais do século XX. Toda a sua vida foi um confronto consigo mesma, com a exigência da responsabilidade, uma luta diária onde o desejo de compreender os outros a leva a ama-Lo de uma forma única, um autentico milagre. Só uma pessoa que procura a sinceridade de vida pode comover-se e até mesmo gritar no silêncio ou no meio da multidão sem ser notada. Assim vejo que foi a vida desta jovem judia, assim foram os gritos silenciados de Etty Hillesum numa época de grandes turbulências na história do Homem. São estes estados de existência que nos fazem compreender o quanto levamos cá dentro ainda por desvendar, poços muito profundos, mundos interiores inacabados! Quando esta compreensão sucede, (re)encontramo-nos com os «nadas de tudo» a que foram e continuam a ser chamados tantos outros. Neste estado cabe tudo e todos, ternura, delicadeza, lágrimas e até o mistério do não compreendido, da luz que ofusca e não se vê. Nas etapas que nos toca viver vamos continuamente defrontando caminhos procurando formas de equilíbrio. Viagens, com muitas viragens, ansiando por não encontrar destinos determinados. Nestes caminhos transferimos pacientemente a nossa história à medida que os anos passam por nós. Aportamos incessantemente a revisão das diferenças e é inevitável o surgir de conflitos quando o esforço da caminhada exige de nós passos que não podemos dar. Confrontar de um modo íntimo com a realidade, remar contra a maré, combater dragões, gigantes e adamastores... Considero que eternamente seremos aprendizes na majestosa arte de amar!

2016.07.13
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Esta imagem não poderia ser mais expressiva para dar início a uma nova etapa. Estarei assim por uns tempos. No aprofundamento de uma intervenção em contextos de maior vulnerabilidade e de maior risco psicossocial. Correrei o risco. Incidirei no porquê de todos possuirmos o mesmo céu mas nem todos o mesmo horizonte? Uns dotados para estarem cheios de muito e outros vazios de muita coisa. Eis-me no início de um novo ciclo que remato com a celebre frase de Fernando Pessoa:«Quem tem alma não tem calma».
2016.07. 04
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Diante uma revista antiga deparei-me com esta transcrição de Dorozynski, membro da Academia das Ciências de Nova Iorque: «os crimes mais horrorosos contra a Humanidade foram cometidos mais em nome da obediência do que em nome da desobediência ou rebelião»

Interrogo-me: - o quanto por vezes obedecemos e este obedecer nos é contraditório pois amedronta o ser que somos. Mas se amedronta, porque obedecemos? Só pelo simples facto que desde a infância fomos ensinados a obedecer? Chega de tanta obediência desobedecida. Perante determinados acontecimentos, magoamos e ferimos, a nós e a outros sem entendermos o quanto dizemos ou fazemos. Não digo com isto para vivermos numa estufa global e medir tudo o que dizemos ou fazemos. Não faria mal nenhum se o fizéssemos. Muitos de nós se encontram de férias. As férias servem também para tal. Retirar alguns dias de férias e partir na aventura de nós. A maior parte de nós já parou uns dias nestes meses que passaram! O Ser que somos tem muito para desvendar, e só como diz uma canção espanhola: «só se vive uma vez». Sabemos que não é fácil viver e o enredo de situações que nos são presenteadas, envolvem-se em determinadas ações que não se conjugam com o que pensamos e o modo como agimos, o que nos é dito não nos parece ser de todo o que projetamos. Porque não dizemos e afirmamos o que deveríamos e fazemos prevalecer o muito que trazemos em nós? Não somos máquinas, somos humanos! Porque nos calamos e silenciamos o que queríamos ter dito ou feito em determinado momento? Quanto mais tarde refletimos sobre as nossas práticas diárias, quanto mais tarde refletirmos sobre determinadas palavras ditas |proferidas por x pessoas, continuaremos a trazer na memória a dúvida na certeza que a mágoa poderá permanecer. Que o agir não seja premissa da análise de Dorozynski…. Que continuemos a obedecer mas com ponderação sobre a obediência que nos é imposta. Não cruzemos as mãos a esta forma de agir. Que a nossa convicção perdure perante os outros, não deixemos de ser e fazer o que gostamos em detrimento de outros valores. Não podemos nem devemos deixar de ser nós mesmos! Que os outros com a nossa perseverança não nos subestimem! Carpe Diem, apesar de tudo!
2016.07. 01
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«Vivemos em plena cultura da aparência: o contrato de casamento importa mais que o amor, o funeral mais que o morto, as roupas mais do que o corpo e a missa mais do que Deus» [Eduardo Galeano]
2016.04. 29
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«A Filosofia pensa, a literatura escreve e a dança pensa e escreve com o corpo.» 
No dia mundial da dança um xi- ♥ para uma bailarina muito especial.
2016.04. 21
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Um dia? sim, um dia. Um dia, deixaremos de falar uns com os outros. Um dia, em que não existirmos interromperemos o caminho que fizemos reunidos. Um dia, vamo-nos perder no tempo de tempos, não nos observaremos mais, não nos atropelaremos mais. Um dia, recordaremos as subidas e descidas que foram realidades bem presentes em nós. Um dia, uns sentirão mais cedo a saudade dos momentos partilhados, das gargalhadas vividas em uníssono, das lágrimas que limpamos, dos ombros que nos acolheram, dos silêncios que não respeitamos quando devíamos. Sim, um dia, perdoar-nos-emos incondicionalmente, pois precisaremos desse perdão para viver mais um dia. Um dia, tudo se extinguirá e construiremos em nós um lugar especial para o outro com quem a partilha foi interrompida e muitas vezes fomentada. Um dia, diremos adeus, sem jamais tirarmos do coração as recordações de olhos bem fechados que foram depositadas. Um dia, porque esteve presente a dualidade eu e tu, a vida será recordada como um caminho no qual foi necessário experiências e conquistas.Um dia, a despedida será necessária, antes de podermos encontrarmo-nos outra vez, num outro dia, num outro tempo, num outro espaço quem sabe também ele rodeado de palavras... Um dia, em que já não for dia, desejaremos eternamente, que nada nem ninguém apague o brilho, do dia, em que vivemos um outro olhar face ao tempo vivido, mesmo embora, muitas  vezes, não sem dor, dentro de nós. Mas, enquanto este um dia não se entrelaça neste tempo de palavras, sorvamos o dia de hoje, não sabendo o dia de amanhã. Sim, há dias assim de um dia!Um dia em que precisamos de uma boa música para revitalizar a alma! Sabemos contudo que não precisamos de uma boa música para respirar…mas precisamos, isso sim, de ficar sem respiração! Nada melhor que um final de dia para escutar Ludovico Einaudi... 

2016.04. 21
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«As palavras são a nossa condenação. 
Com palavras se ama, com palavras se odeia.»
[Eugénio de Andrade]