2016.07.29
_______________________________
“Como é
maravilhoso que ninguém precise esperar um minuto sequer antes de
começar a melhorar o mundo”. [Anne Frank ]
Hoje não poderia deixar de partilhar esta frase
de Anne Frank, uma pre-adolescente judia de 13 anos que escreveu
sobre o nazismo na Alemanha, quando ela e todos aqueles que muito
amava foram obrigados a caminhar para Auschwitz, um campo de
concentração e de extermínio. De todos os elementos da família só o pai foi o único sobrevivente. Talvez tenha ficado para poder guardar e mais tarde publicar um dos mais
belos livros que li nos meus tempos da adolescência e que ainda hoje
trago na memória: «O diário de Anne Frank” . Recomendo a sua leitura, a singeleza e a beleza das palavras de uma menina com um coração de guerreira, pautada por uma riquíssima vida interior. Relembro tudo isto, quando vejo nas redes sociais o chefe
máximo da Igreja católica, de seu nome Francisco, entrar em silêncio neste campo de concentração de Auschwitz, beijar um muro e um mastro onde muitos foram exterminados, acender uma vela branca e às escuras permanecer sentado numa câmara de gás durante longos minutos em silencio, com um olhar que é amar. Estou certa de que nos caminhos da morte com Francisco esteve presente a vida. Esteve também presente a vida de todos
aqueles que ali viveram e que tiveram coragem de continuar a viver apesar da noite escura dos sentidos em que se encontravam. Homens e mulheres que tiveram generosidade para conviver e uma enorme prudência para tentarem
sobreviver até ao suspiro final. Era tão bom que todos e cada um de
nós fizéssemos nosso este gesto, este silencioso grito de amor de Francisco para que na história atrocidades como estas fossem
pautadas pelas palavras nunca mais! Apesar de tudo, ainda acredito na misericórdia de Deus.